Amizades surgem e desaparecem… normal e tudo bem!

Deito meu corpo quente, cansado e envelhecido no telhado frio e refrescante da minha atual casa. Sinto as telhas úmidas em minhas costas, relaxo e passo a admirar o lindo céu estrelado.

– Brilha, brilha estrelinha… brilha, brilha para mim!

– Brilha pequenina e me traga paz, muita paz!

– Me aceita assim, gratuitamente, do jeitinho que te aceito também.

Sorrio e penso que, provavelmente quando vista de perto, ela seja um monstro em chamas de muito calor e impressionantemente cheia de poder… assim como eu!

Confesso que tem uma pitadinha de dor, tristeza e solidão.

Confesso que tenho medo do céu a noite.

Confesso que, as vezes, esse medinho vira pavor congelante.

Desço do meu esconderijo com a estranha sensação de que estive sendo observado o tempo todo, de ter sido descoberto… ou que jamais estivera escondido.

Não sei se estamos sós no universo, mas o medo é de quem está cercado, com milhares de olhos a me observar.

Medo do que está no escuro, do que não se vê, não se toca… o infinito.

A vontade é a de chorar, de me desculpar pelo o que não consegui ser, por não ter proporcionado tudo o que sempre desejei aos que amo, a ajuda que nunca dei, o abraço que não rolou, das palavras nunca ditas… tristeza monstra!

Só Deus para entender, já que nem os que estão próximos conseguiram.

Confesso que espero um milagre.

Alguma coisa vinda deste mesmo universo misterioso, silencioso e assustador, mas que possa me curar, que me abrace e ajude a prosseguir mais animado e confiante.

Confesso que ouvi algo diferente nesta noite e que me abalou.

Uma alma confessa e aguardando… que seja suave.